Interesse por cantor no YouTube é o menor em 10 anos. Busca é maior no Rio de Janeiro e menor em estados do Centro-Oeste. Posição em lista de arrecadação em bares e shows também cai.
Sessenta anos após o nascimento de Cazuza, sua obra está em queda de popularidade, indicam dados do Google e do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad).
Apesar de bem executadas em comparação com outros ídolos do rock, suas músicas já foram mais buscadas no YouTube e mais tocadas em bares com música ao vivo e casas de shows.
YouTube: menor busca em 10 anos
As buscas no YouTube pelo cantor, morto em 1990, estão no menor patamar dos últimos dez anos. O número de procuras pelo cantor no site em maio de 2018 foi cerca de cinco vezes menor do que o mês de auge, em abril de 2009. O YouTube só fornece os dados a partir de 2008.
Veja abaixo o gráfico do Google Trends, site de dados da empresa que é dona do YouTube. O número total de buscas não é divulgado, mas apenas o índice de variação nas procuras.
Em novembro de 2017, as buscas caíram para 16% se comparadas ao total de abril de 2009. O mês de março de 2018 registrou este mesmo patamar baixo.

Mas o interesse por suas músicas no YouTube - plataforma de música mais popular do mundo hoje - ainda é semelhante no Brasil a outros ídolos do rock nacional, como Renato Russo, ou internacional, como os Beatles.
Os três estão com seus índices mais baixos de busca desde 2008 - o que indica uma baixa popularidade do rock em geral. Atualmente, Cazuza é um pouco mais buscado que Renato Russo (sem considerar procuras por suas bandas, Barão Vermelho e Legião Urbana). Os Beatles estão cerca de 50% acima deles.
Em agosto de 2017, o YouTube mudou a forma de coleta de dados, o que pode distorcer a comparação (a empresa não detalha a mudança). Mas mesmo antes desta data, a busca por Cazuza já vinha caindo no gráfico. Veja comparação:

Alguns eventos podem levar a varições irregulares no gráfico (em 2009, por exemplo, houve o especial da TV Globo "Por toda a minha vida", com repercussão forte do depoimento de Ney Matogrosso sobre o relacionamento com Cazuza). Mesmo assim, a tendência geral nos últimos anos tem sido de queda.
Estados com MAIS interesse por Cazuza no YouTube desde 2008:
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Pernambuco
Pará
São Paulo
(As listas não indicam os números absolutos de buscas por Estado. Elas são proporcionais o número de usuários do YouTube em cada estado, segundo o Google Trends).
Estados com MENOS interesse por Cazuza no YouTube desde 2008:
Mato Grosso
Tocantins
Rondônia
Roraima
Mato Grosso do Sul
Queda em rankings do Ecad
A execução de músicas compostas por ele em casas noturnas também tem diminuído em relação a outros compositores nos últimos anos. O Ecad forneceu ao G1 dois rankings desde 2013 Veja a posição de Cazuza entre autores com maior rendimento:
Em casas de shows:
2013: 24ª posição
2014: 36ª posição
2015: 39ª posição
2016: Não entrou no top 100
2017: 84ª posição
Em bares, restaurantes e clubes com música ao vivo:
2013: 24ª posição
2014: 25ª posição
2015: 29ª posição
2016: 33ª posição
2017: Ainda não disponível
E nas rádios?
Sem relançamentos como hits nas paradas nos últimos anos, Cazuza não tem um volume grande de músicas tocadas no rádio nos últimos anos. Nos rankings do Ecad, ele não aparece entre os 100 autores mais rentáveis no segmento radiofônico.
A empresa de monitoramento Playax mostra um volume baixo comparado a cantores de sucesso recente.
As execuções de Cazuza subiram um pouco em julho de 2015, nos 25 anos de sua morte, mas têm se mantido estáveis nos últimos três anos, mostra a Playax.
É um pouco mais que a média das músicas solo de Renato Russo (2 mil) e menos que da Legião Urbana (7 mil), por exemplo. As músicas do Barão Vermelho, com ou sem Cazuza, também têm cerca de 3 mil plays por semana.
E o maior hit? 'Exagerado' x 'Codinome beija-flor'
"Exagerado" é a composição de Cazuza campeã de interpretações ao vivo nos últimos anos. Já as rádios e os usuários do YouTube preferem o romantismo de "Codinome beija-flor".
Fonte: Portal G1 | Foto: Divulgação