EUA lideram lista dos países que mais ouvem o gênero no exterior, mostra levantamento do Spotify. Consumo também aumentou fora do eixo Rio-SP; veja rankings.
O consumo de playlists de funk brasileiro aumentou 3.421% fora do país nos últimos dois anos, mostra um levantamento do Spotify sobre a internacionalização do gênero. O crescimento global - incluindo o Brasil - foi de 4.694% desde 2016.
O aplicativo tem 13 playlists oficiais dedicadas ao ritmo. Uma das principais, a "Mother Funk", é promovida apenas no exterior.
Os Estados Unidos lideram a lista dos países que mais ouvem funk fora do Brasil. Portugal e Argentina aparecem em seguida. Um mapa de calor elaborado pela plataforma mostra o crescimento do gênero no exterior ao longo do tempo.
Países que mais ouvem funk fora do Brasil:
1º Estados Unidos
2º Portugal
3º Argentina
4º Paraguai
5º Reino Unido
6º França
7º Chile
8º Espanha
9º Canadá
10º Itália
A explosão de parcerias entre funkeiros brasileiros e artistas internacionais é um dos fatores que ajudam a explicar a internacionalização, segundo o líder editorial da empresa no Brasil, Bruno Telloli.

Até agora, o funk mais ouvido fora do Brasil em 2018 é "Bum bum tam tam", de MC Fioti. Em dezembro de 2017, a música ganhou uma versão trilíngue, com participação do colombiano J. Balvin e do rapper americano Future.
A faixa do gênero mais ouvida globalmente na história da plataforma também é uma colaboração internacional: "Vai malandra", de Anitta com MC Zaac, Tropkillaz, DJ Yuri Martins e o rapper americano Maejor.
O Spotify tem 170 milhões de usuários ativos em 65 países. A empresa não divulga o número de usuários no Brasil.
Do 'caô' ao 'escamoso'
O levantamento mostra ainda que o consumo de funk também aumentou fora do eixo Rio-São Paulo. O maior crescimento foi registrado no Paraná (135,1%), seguido por Tocantins (131,7%) e Rondônia (123%).
Na versão brasileira, o gênero começou a descer os morros do Rio de Janeiro entre o fim dos anos 1980 e início de 90. O DJ Marlboro, considerado um dos criadores do gênero no Brasil, foi o principal responsável por levar o ritmo dos bailes às discotecas de elite.
Anos mais tarde, o funk melody de Claudinho & Buchecha e dos MCs Marcinho e Leozinho chegou às rádios e à televisão, graças às letras melosas e quase sem apelo sexual.

Hoje, enquanto produtores de São Paulo tentam emplacar sua própria era melody, outras regiões do Brasil passam a ter produção relevante no gênero. "Envolvimento", de MC Loma, um dos hits do carnaval deste ano, saiu de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco.
"Amor falso", do paraibano Aldair Playboy, já é a segunda faixa mais escutada do Brasil no Spotify e ganhou uma versão com Wesley Safadão e MC Kevinho. A música é a mais bem-sucedida representante da união entre o funk e o arrocha do Nordeste, que já chega às paradas do Sudeste.
Fonte: Portal G1 | Foto: Reprodução