Revelação de 2017, Iza entra no primeiro semestre de 2018 já como uma estrela do universo pop brasileiro, cumprindo as expectativas geradas pelo hit do ano passado, Pesadão (Marcelo Falcão, Pablo Bispo, Sérgio Santos, Ruxell e Iza, 2017), que deu projeção à cantora e compositora carioca com mix de batidas de reggae e rap.
Não é por acaso que Iza participa do álbum que Aretuza Lovi lança neste mês de julho, que figura com Daniela Mercury em clipe bancado por marca de cerveja em ação promocional na Copa do Mundo da Rússia e que acaba de lançar dueto com Maria Gadú em campanha mundial orquestrada pela gravadora Warner Music para festejar o dia internacional do orgulho LGBTQI.
Agora Iza é uma estrela com potencial para rivalizar com Anitta no mercadão pop nativo. E é com status e brilho de estrela que a artista prepara o show da turnê do primeiro álbum, Dona de mim (Warner Music), lançado em 27 de abril.
O show vai entrar em cena em agosto, na cidade de São Paulo (SP), percorrendo depois as principais cidades do Brasil.
Precedido pelo single com a música Ginga (Pablo Bispo, Ruxell, Sergio Santos e Rincon Sapiência, 2018), petardo sonoro que deu pista certeira da potência da usina pop que move o som de Iza, o álbum Dona de mim tem pegada.
É um disco dançante, extremamente pop, que eventualmente oscila na segunda metade das 14 faixas, mas que deixa boa impressão.
Músicas como Engano seu (Joey Mattos e Pedro Dash) e Toda sua (Wallace Vianna, André Vieira e Pablo Bispo) poderiam figurar no repertório da funkeira Ludmilla.
Porque o álbum Dona de mim está mais para o funk do que para o R&B que pauta o ritmo da música-título de autoria de Arthur Marques. Só que, no conjunto da obra, o disco de Iza soa com mais energia do que os singles de possíveis aspirantes a uma vaga na constelação pop do Brasil.
Além de Iza cantar muito bem, como evidencia a interpretação da balada Você não vive sem (Sérgio Santos e Ruxell), a artista se joga na pista com o sexo à flor da pele e do som.
Saudade daquilo (Sérgio Santos, Pablo Bispo e Ruxell) e No ponto – mais uma parceria de Sérgio Santos com o DJ e produtor Ruxell, nomes recorrentes no álbum formatado com apelo pop por hitmakers e produtores que movimentam atualmente a indústria da música pop no Brasil – são músicas em que Iza versa sobre sexo, empoderada, feminina, sem falsos pudores e tampouco sem a vulgaridade que rege o repertório de alguns funkeiros.
Por mais que a gravadora Warner Music pareça mais dona do disco do que a própria Iza, como pode ser notado pela presença dominante de hitmakers nos créditos das 14 músicas, o álbum Dona de mim atinge o ponto G sonoro em músicas como Bateu (Sérgio Santos, Ruxell, Pablo Bispo e Iza) e Corda bamba (Sérgio Santos, Ruxell e Pablo Bispo), faixa gravada com a adesão de Ivete Sangalo, uma das muitas convidadas de disco que ainda traz a voz de Thiaguinho em É noix.
É noix é funk assinado por Pretinho da Serrinha e Jhama, nomes que se juntam ao trio de compositores – Pablo Bispo, Ruxell e Sérgio Bispo – que deram forma à maioria das músicas de um disco de tom black contemporâneo, que mixa funk e R&B com batidas de trap.
Iza pode até ter potencial para voos artísticos mais altos, mas apresenta em Dona de mim um som potente e atual que amplifica o brilho vocal da nova estrela pop do Brasil.

Fonte: Portal G1 | Foto: Divulgação / Warner Music